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sábado, 10 de abril de 2010

Necrópsia de Outrora

Dedico-me à escrita de meu amado presente,
Tecendo aquilo que será a última lembrança,
Para que, no futuro, reste-me alguma esperança,
Diante da minha sonhada quimera ausente.

As lembranças, levo comigo, zelando pelo seu calor.
Encho novamente meu copo, tomo outro trago,
E se algum dia não suportar a dor,
Em um terrível dolo, minhas lembranças rasgo!

Necrópsia! Desvencilho-me delas então,
Rasgo tudo que já estava morto.
Se me pego assombrado, por meus fantasmas envolto,
Sei que sinto saudades... Em pranto dilacero meu coração!




Guilherme Henrique Miranda