quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Ela, Ele... Eu!
sábado, 7 de agosto de 2010
Em Busca da Felicidade
Eu vivo num mundo a parte, tudo é diferente e, ao mesmo tempo, tudo é semelhante... Loucura? Ainda não...
No meu mundo não existem muitas cores, a Terra não é azul, Marte não é o planeta vermelho, o pôr-do-sol não é alaranjado, não existem lírios amarelos, não existem olhos verdes, não existem cores além de preto e branco, tudo se resume a preto e branco, tudo está preto e branco, tudo é preto e branco...
Certo dia, enquanto passeava pelas ruas de meu mundo, admirava o contraste entre os pássaros pretos e o céu branco, sequer sabia se havia nuvens naquela manhã tão... Preta e branca. Olhava os últimos lançamentos na livraria e tudo me parecia preto e branco demais. Pensei em comprar uma camisa nova, mas logo desisti quando percebi que já tinha camisas de todas as cores disponíveis.
Quis fugir do meu mundo, ir para o lugar de onde eu, por tantas vezes, ouvira falar, um lugar onde tudo era semelhantemente igual e, ao mesmo tempo, diferente, onde existiam milhares de cores, onde tudo se "resumia" ao colorido, onde tudo estava colorido, onde tudo era colorido... Quis fugir, mas não sabia para onde ir...
Com os olhos cheios de lágrimas corri de forma desesperada pelas ruas do meu mundo em busca de algo que me completasse, em busca da felicidade... Corri durante horas, nada mudava... Meus olhos embaçados quase não podiam mais enxergar... Minha respiração era cada vez mais forte... Minhas pernas eram cada vez mais fracas, e quando não puderam mais correr, caí de joelhos... Minhas mãos trêmulas se aninharam em meus cabelos... Minha voz rompeu o silêncio num grito ensurdecedor que não foi capaz de calar minha dor... Num ato de loucura, batia em meu peito com o punho cerrado... Eu estava desesperado, desolado, no meu mundo particular eu era apenas mais um infeliz inconformado com sua incapacidade de ser feliz...
Foi então que senti uma mão em meu ombro esquerdo, era um toque leve, confortante. Enxuguei as lágrimas e olhei por cima do meu ombro. Ela era linda, pele branca, cabelo loiros, olhos claros, lábios vermelhos, um corpo perfeitamente desenhado e escondido por um vestido violeta... Se minha respiração estava forte, minhas pernas fracas e minhas mãos trêmulas, agora estavam muito mais. Tentei dizer qualquer coisa, mas dessa vez a minha voz não rompeu o silêncio. Acho que ela percebeu tudo o que se passava em minha mente naquele instante, pois sorrio, digo, me encantou com um sorriso. Conversamos por alguns minutos e marcamos de sair durante a noite para que nos conhecêssemos melhor, por algum motivo ela viu algo diferente em mim.
Saímos para jantar, ela era adorável, quanto mais a conhecia, mais a desejava. Pedi para que ela me concedesse uma dança, mas ela alegou ter vergonha, que, por ser tão diferente, todos os olhares se voltariam a eles. Tive a brilhante ideia de convidá-la para uma volta no parque, ela aceitou, pois era caminho para sua casa. Quando estávamos andando pelo parque, tornei a pedir uma dança - queria ficar mais próximo a ela -, dessa vez ela aceitou.
Se durante a manhã daquele dia eu não via beleza no meu mundo particular, isso acabou naquele exato momento, até a lua, que não brilhava naquela noite, me pareceu bela. Dançamos durante algum tempo, mas paramos por causa da chuva que começou a cair. Sempre ouvi histórias de amores que nasceram com um beijo na chuva, achei que era o momento certo. Peguei as mãos dela, afastei seu rosto do meu peito e... Vi suas cores escorrendo com a água da chuva! Tudo o que eu achava belo, se foi...
Fui tomado por um sentimento avassalador, a deixei no parque e corri... Com os olhos cheios de lágrimas, corri pelas ruas do meu mundo em busca de algo que explicasse onde e quando eu realmente poderia ser feliz... Minha respiração era cada vez mais forte... Minhas pernas eram cada vez mais fracas, não conseguiram fugir a tempo de um carro que vinha em alta velocidade... Minhas mãos trêmulas tentaram proteger meu rosto... Ouvi vozes rompendo o silêncio com gritos ensurdecedores que não foram capaz de calar a minha dor... Num ato de loucura, levei minha mão espalmada à cabeça e, colocando-a no meu campo de visão, a vi cheia de sangue... Eu estava morrendo, feliz, extasiado... No meu mundo particular, a minha felicidade sempre esteve dentro de um infeliz inconformado com sua incapacidade de ser feliz... Vi meu sangue, ele era vermelho...
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Disfarce
Quando quero, não posso. Quando posso, não consigo... Bendita insônia que na madrugada, com disfarce de inspiração, é meu último amigo!