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terça-feira, 2 de novembro de 2010

E(n)(s)colha



Escolhi o meu caminho,

Sei para onde ele me leva,

Sei e é dolorido.



Escolhi o meu caminho,

Sei para onde ele não vai,

Sei e não volto atrás.



Encolhi o meu caminho,

Sei para onde deixo de ir,

Sei e aqui fico.



Encolhi o meu caminho,

Encolhi a escolha,

Escolhi e encolhi.


Guilherme Henrique Miranda






Não escolhi encolher meu caminho, escolhi encolher meus passos. Não escolhi encolher meus objetivos, escolhi encolher minha perspectiva. Não escolhi encolher minha espera, escolhi encolher minha ansiedade. Não encolhi minhas escolhas, escolhi encolher.



Que meus passos trôpegos não me impeçam de chegar, mas que me levem a uma caminhada vagarosa, onde eu possa sentir a terra molhada, sentir o cheiro da mata, sentir o canto dos pássaros, sentir a brisa, sentir a vida encolher. Que eu ande como uma criança perdida num lugar nunca visitado antes: assombrado com o desconhecido, mas atento a tudo o que me rodeia.


Que meus passos encolham diante da minha vida que encolhe. Que minha escolha não encolha, mas que a vida encolha e dela eu colha surpresas novas a cada dia.




Foto: Filomena Fonseca

domingo, 31 de outubro de 2010

E Agora, José?

Agora que a Dilma foi eleita, que os satanistas tomaram o poder, que potestades e principados cooperam para o crescimento do mal, que o aborto de casais homossexuais será permitido enquanto se fuma maconha e se privatiza a Petrobrás, valeu a pena toda papagaiada? Valeu a pena tanto "trololó"? Valeu a pena tanta "tergiversação"? Valeu a pena difamar? Valeu a pena gladiar? "Valeu a pena ê, ê"?





Meu dever como Igreja de Cristo permanece o mesmo, seja sob governo de tucanos ou de estrelados, seja sob um governo cristão ou satanista, seja sob um governo de direita ou de esquerda, seja sob um governo democrático ou ditatorial, seja sob um sistema político capitalista ou socialista.



Sou a Igreja de Cristo quando sigo os mandamentos dEle. Sigo os mandamentos dEle quando eu amo ao próximo tanto quanto me preocupo com meu umbigo, desejando a ele o bem que eu quero pra mim e o livrando do mal que não quero para mim. Sou a Igreja de Cristo ainda que cultos religiosos sejam proibidos. Sou a Igreja de Cristo ainda que meus conceitos e atitudes sejam tão diversificados que gerem comentários injustos e mentiras contra mim.



Dai a César o que é de César, dai a Deus o que é de Deus. Dou aos governantes o que é terreno, dou a Deus a minha vida como instrumento, como um farol pronto para brilhar nas mais espessas trevas.



Se valeu a pena? Tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Se valeu a pena? O viver é Cristo, e é por Ele que eu viverei, vivendo como Ele viveu.



Não queria a Dilma como presidente, tampouco queria o Serra - Votei na Marina no primeiro e segundo turno. A Dilma foi eleita, sem nenhuma grande surpresa, agora meu dever é orar por ela para que ela tenha um bom mandato e governe decentemente o Brasil, não a partir de leis e diretrizes cristã, mas se importando com o próximo, se ela fizer isso, será uma aliada de minha missão de amor.





Que Deus abençoe nossos governantes e a nós, governados.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Insuportável

Insuportável é viver sem você,
É o abrir dos olhos sem te ver,
É viver no fogo que não queima,
É sentir odor na flor que não cheira.



Insuportável não é sentir,
Insuportável é ver-te sofrer a dor,
Dor que só sinto sem ti,
Dor da saudade do teu amor.





Só postei porque depois de 2 anos e 8 meses, reencontrei essa poesia perdida por aí.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Estrela É Ela

Avistei uma estrela de minha janela...
Questionei, fiz um pedido:
- Onde estará a cura pro meu coração ferido?
- É ela! É ela! É ela!



Avistei uma estrela de minha janela...
Questionei, fiz uma prece.
A lua respondeu como se não pudesse:
- É ela! É ela! É ela!



Avistei uma estrela de minha janela...
Indaguei ao céu amigo:
- Quem será que sempre estará comigo?
- É ela! É ela! É ela!



Avistei uma estrela de minha janela...
Sem questionar, eu me lancei!
Das minhas incertezas eu não sei:
- É ela! É ela! É ela!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ela, Ele... Eu!

Ela era calor,
Ele era fogo.



Ela era ar,
Ele era brisa.



Ela era água,
Ele era mar.



Ela era luz,
Ele era Sol.



Ela era alegria,
Ele era riso.



Ela era saudade,
Ele era distância.



Ela era paz,
Ele calmaria.



Ela foi viver com ele,
Eu não pude viver sem ela.

sábado, 7 de agosto de 2010

Em Busca da Felicidade

Eu vivo num mundo a parte, tudo é diferente e, ao mesmo tempo, tudo é semelhante... Loucura? Ainda não...

No meu mundo não existem muitas cores, a Terra não é azul, Marte não é o planeta vermelho, o pôr-do-sol não é alaranjado, não existem lírios amarelos, não existem olhos verdes, não existem cores além de preto e branco, tudo se resume a preto e branco, tudo está preto e branco, tudo é preto e branco...

Certo dia, enquanto passeava pelas ruas de meu mundo, admirava o contraste entre os pássaros pretos e o céu branco, sequer sabia se havia nuvens naquela manhã tão... Preta e branca. Olhava os últimos lançamentos na livraria e tudo me parecia preto e branco demais. Pensei em comprar uma camisa nova, mas logo desisti quando percebi que já tinha camisas de todas as cores disponíveis.

Quis fugir do meu mundo, ir para o lugar de onde eu, por tantas vezes, ouvira falar, um lugar onde tudo era semelhantemente igual e, ao mesmo tempo, diferente, onde existiam milhares de cores, onde tudo se "resumia" ao colorido, onde tudo estava colorido, onde tudo era colorido... Quis fugir, mas não sabia para onde ir...

Com os olhos cheios de lágrimas corri de forma desesperada pelas ruas do meu mundo em busca de algo que me completasse, em busca da felicidade... Corri durante horas, nada mudava... Meus olhos embaçados quase não podiam mais enxergar... Minha respiração era cada vez mais forte... Minhas pernas eram cada vez mais fracas, e quando não puderam mais correr, caí de joelhos... Minhas mãos trêmulas se aninharam em meus cabelos... Minha voz rompeu o silêncio num grito ensurdecedor que não foi capaz de calar minha dor... Num ato de loucura, batia em meu peito com o punho cerrado... Eu estava desesperado, desolado, no meu mundo particular eu era apenas mais um infeliz inconformado com sua incapacidade de ser feliz...

Foi então que senti uma mão em meu ombro esquerdo, era um toque leve, confortante. Enxuguei as lágrimas e olhei por cima do meu ombro. Ela era linda, pele branca, cabelo loiros, olhos claros, lábios vermelhos, um corpo perfeitamente desenhado e escondido por um vestido violeta... Se minha respiração estava forte, minhas pernas fracas e minhas mãos trêmulas, agora estavam muito mais. Tentei dizer qualquer coisa, mas dessa vez a minha voz não rompeu o silêncio. Acho que ela percebeu tudo o que se passava em minha mente naquele instante, pois sorrio, digo, me encantou com um sorriso. Conversamos por alguns minutos e marcamos de sair durante a noite para que nos conhecêssemos melhor, por algum motivo ela viu algo diferente em mim.

Saímos para jantar, ela era adorável, quanto mais a conhecia, mais a desejava. Pedi para que ela me concedesse uma dança, mas ela alegou ter vergonha, que, por ser tão diferente, todos os olhares se voltariam a eles. Tive a brilhante ideia de convidá-la para uma volta no parque, ela aceitou, pois era caminho para sua casa. Quando estávamos andando pelo parque, tornei a pedir uma dança - queria ficar mais próximo a ela -, dessa vez ela aceitou.

Se durante a manhã daquele dia eu não via beleza no meu mundo particular, isso acabou naquele exato momento, até a lua, que não brilhava naquela noite, me pareceu bela. Dançamos durante algum tempo, mas paramos por causa da chuva que começou a cair. Sempre ouvi histórias de amores que nasceram com um beijo na chuva, achei que era o momento certo. Peguei as mãos dela, afastei seu rosto do meu peito e... Vi suas cores escorrendo com a água da chuva! Tudo o que eu achava belo, se foi...

Fui tomado por um sentimento avassalador, a deixei no parque e corri... Com os olhos cheios de lágrimas, corri pelas ruas do meu mundo em busca de algo que explicasse onde e quando eu realmente poderia ser feliz... Minha respiração era cada vez mais forte... Minhas pernas eram cada vez mais fracas, não conseguiram fugir a tempo de um carro que vinha em alta velocidade... Minhas mãos trêmulas tentaram proteger meu rosto... Ouvi vozes rompendo o silêncio com gritos ensurdecedores que não foram capaz de calar a minha dor... Num ato de loucura, levei minha mão espalmada à cabeça e, colocando-a no meu campo de visão, a vi cheia de sangue... Eu estava morrendo, feliz, extasiado... No meu mundo particular, a minha felicidade sempre esteve dentro de um infeliz inconformado com sua incapacidade de ser feliz... Vi meu sangue, ele era vermelho...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Disfarce

Quero e não posso, posso e não quero. Se querer é poder, sem querer eu posso querer não poder... Complexidade de querer sem poder, poder ser o que querer, ser o poder de querer, querer poder ser o que não sou!

Quando quero, não posso. Quando posso, não consigo... Bendita insônia que na madrugada, com disfarce de inspiração, é meu último amigo!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Passatempo

Olho o relógio, passam-se segundos, passa-se o mundo... A volta está completa, lá se foi outro minuto! Olho o relógio estático... Imóvel ele me encara de volta... Parado ele passa...

Deixo o tempo passar, tempo passa, passa tempo... Meu pensamento, meu passatempo, matar o tempo... A cada minuto que mato, sessenta segundos morrem com ele... A cada minutos que mato, sessenta segundos o tempo me mata...

Tempo passa, passo eu... Eu passo, passa tempo... Eu e tempo, passatempo...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Re... Tic... Ência... S...

Gosto de usar reticências... Não é por não saber usar as normas de pontuação... Eu sei... Talvez meu pensamento seja vago... Talvez meu pensamento seja complexo demais para ter um ponto final... Meus gritos não terminam com exclamação... Minha pergunta sequer é indagação... Fica difícil saber se é "porque" ou "por que"... Ouvi dizer que é artifício para demonstrar conflito psicológico... Deus do céu... Quantos conflitos eu tenho em minha mente...

Minhas reticências não são apenas três pontinhos no fim da oração... Minhas reticências não são apenas complexidade... Minhas reticências não são apenas conflitos... Minhas reticências não são apenas artifício de linguagem... Minhas reticências não são apenas um vício de escrita... Minhas reticências não são apenas uma pausa para pensar... Minhas reticências não são apenas a exclamativa que me escapou... Minhas reticências não são apenas vírgulas para indicar aposto... Minhas reticências não são apenas interrogações de dúvidas que eu não tenho... Minhas reticências não são apenas ponto e vírgula de continuidade de idéia... Minhas reticências não são ponto final... Minhas reticências são livres para aparecer onde querem... Minhas reticências são começo e final... Minhas reticências são o recomeço! Ou melhor... Minhas reticências são o recomeço...

sábado, 8 de maio de 2010

O Mundo Em Meus Braços

Como todas as manhãs, eu estava passeando com a minha sobrinha pela cidade. Enquanto empurrava o carrinho, admirei-me com a alegria que ela sentia por segurar um balão que eu amarrara ao carrinho antes de sair de casa. O seu sorriso cativante, os olhos brilhando e o balão em segurança no seu pequeno, mas aconchegante abraço.

Ia caminhando e refletindo naquela cena. Imaginei-me em seu lugar: o conforto de um carrinho de passeio, a confiança ao ser levado por alguém que me ama e braços incapazes de abraçar algo maior que eu.

Por tantas vezes desejei carregar o mundo em meus braços, aconchega-lo e, num doce acalanto, dizer que ele poderia aspirar a novos ares, pois eu o guiaria. Ilusão! Utopia! Jamais poderei fazer do mundo um lugar melhor, ele nunca poderá aspirar a novos ares no que depender de minhas capacidades!

Fiz uma pausa no passei e parei num playground em meio à sobra de árvores. Via outras crianças correndo enquanto minha sobrinha, que é neurótica por higiene, estava no meu colo por ter nojo de colocar os pés na areia.

Foi então que um morador de rua apareceu e pediu qualquer coisa de comer às mães e avós que estavam no playground. Elas, por sua vez, refutaram o pedido daquele senhor.

Alguns minutos depois apareceu um filhote de cachorro que encantou a todos que estavam lá. A reação daquelas mulheres foi instantânea: elas abriram as mochilas, pegaram bolachas e deram às crianças para que elas alimentassem o cachorrinho.

Fiquei revoltado com aquilo! Levantei-me, coloquei minha sobrinha no carrinho e saí daquela praça. Não tinha levado carteira, mas procurei nos bolsos alguma quantia enquanto entrava em uma padaria. Encontrei R$2,00. Convenci o atendente a me vender dois salgados pelo preço de um e voltei à praça.

Hesitei um pouco ao ver aquele senhor de rua amassando latas de alumínio para vendê-las depois, mas olhei para minha sobrinha e a vi segurando o balão em seus pequeninos braços. Tomei coragem e me sentei ao lado dele.

Entreguei o que seria o almoço daquele homem e não pude resistir às seguintes palavras acompanhadas de olhos marejados: “Mas... Por quê?!”. Eu o abracei enquanto tentava segurar as lágrimas e conversei com ele.

Usei o resto da manhã para falar com o seu Pedro. Não precisei falar sobre pecado, inferno ou qualquer coisa desse tipo, ele já sabia tudo isso. Falei sobre o amor, a graça de Deus e a compaixão que devemos ter. Falei que estava ali por amá-lo como Jesus o amava. Falei que agindo daquela forma eu poderia abraçar o mundo com meus tão pequeninos e incapazes braços...

E sim, eu consegui abraçar o mundo!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Ser Tão Sertão e Dia de Chuva

Ser Tão Sertão

Por que os adultos acham que a vida séria, a vida de gente "grande", tem de ser levada tão a sério? Quero cada vez mais careta em fotografias, brincadeiras mais bobas, piadas sem graça, risos mais sinceros, mais brinquedos espalhados pelo chão do meu quarto...

Ser tão certão é ser tão sertão!

Que minha inocência e alegria contagiante sempre reguem vida, que sejam sinônimo de chuva, mesmo que na grama mais verde do vizinho. Seja essa a razão do viver, que seja bem, que seja a razão de estar... Só assim saberei o que é viver em bem-estar.


Dia de Chuva

É tão bom sair sem guarda-chuva em dia de chuva! A alegria de voltar a ser uma criança que corre, se diverte e se molha é tão agradável... Só não é tão agradável quanto voltar a ser criança sem que olhares te condenem e te considerem infantil...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Animais

Hoje presenciei uma cena inusitada enquanto esperava o ônibus para ir à faculdade. Três meninos, que pareciam ter no máximo onze anos, encostaram uma carroça puxada por uma égua tão magra e faminta quanto eles. Meu celular estava descarregado, portanto eu não estava ouvindo música. Foi então que eu ouvi a conversa de duas mulheres que também estavam no ponto:


- Olha! Coitada... Tão magra! Nem ao menos tem o que comer aqui, na cidade...

- E ainda tem de carregar esses animais para cima e para baixo!


Esbocei um sorriso e ri para mim mesmo. O sentimentalismo humano é tão... Desumano! Cômica consciência inconsciente que nos faz ter tanta preocupação com nossos semelhantes e tão pouco com os "animais" da nossa sociedade...


Guilherme Henrique Miranda

sábado, 10 de abril de 2010

Necrópsia de Outrora

Dedico-me à escrita de meu amado presente,
Tecendo aquilo que será a última lembrança,
Para que, no futuro, reste-me alguma esperança,
Diante da minha sonhada quimera ausente.

As lembranças, levo comigo, zelando pelo seu calor.
Encho novamente meu copo, tomo outro trago,
E se algum dia não suportar a dor,
Em um terrível dolo, minhas lembranças rasgo!

Necrópsia! Desvencilho-me delas então,
Rasgo tudo que já estava morto.
Se me pego assombrado, por meus fantasmas envolto,
Sei que sinto saudades... Em pranto dilacero meu coração!




Guilherme Henrique Miranda

domingo, 31 de janeiro de 2010

Cielo

Certa vez, estava passando pela rua e me deparei com um senhor de idade que parecia estar preocupado por não encontrar algo.


- Ei... Tudo bem com o senhor?

- Não, meu jovem... Não está nada bem!

- Posso ser útil?

- Serei direto: estou procurando por dois objetos de valor... Por acaso você não me reconhece?

- Desculpe-me, mas não sei quem és.

- Meu nome é Cielo.

- Mas isso não faz sentido... Se és Cielo, o que buscas aqui na Terra?

- Como disse, perdi dois objetos preciosos...

- Posso ser útil? Posso ajudar-te a encontrá-los?

- Não me roubarás?

- De jeito algum! O que procuras?

- Perdi minhas mais belas companhias: Stella e Étoile.

- Como elas são?

- Radiantes, belas, únicas, perfeitas...

- Você é louco - disse eu enquanto caia em gargalhadas.

- Louco? Um dia tu as encontrarás e tenho certeza de que me roubarás!

- Adeus... Cielo! Hahahahaha


Anos se passaram e eu descobri que Cielo estava certo. Encontrei suas companhias, mas não tenho coragem ou forças para devolvê-las. Seria o mesmo que abdicar de parte de mim, abdicar de minha melhor parte.

Não tenha medo, jamais entregarei teus olhos ao Cielo... Prefiro conviver com a culpa de saber que ele estava certo e de que eu o roubei.




Guilherme Henrique Miranda


Cielo = céu em italiano
Stella = estrela em italiano
Étoile = estrela em francês

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Vênus e Marte

Dizem que mulheres são de Vênus...
Ora, se o são, deixo-te ser...
Talvez seja esse o motivo
Para seres impossível de se compreender...


Dizem que homens são de Marte...
Ora, se o são, não me deixe ser!
É por isso o grande apreço por futebol
E tão maior desprezo pela arte...


Mas se és de Vênus
E eu de Marte,
Não é por menos
Que tanta saudade em meu peito se abate...


Guilherme Henrique Miranda