Como todas as manhãs, eu estava passeando com a minha sobrinha pela cidade. Enquanto empurrava o carrinho, admirei-me com a alegria que ela sentia por segurar um balão que eu amarrara ao carrinho antes de sair de casa. O seu sorriso cativante, os olhos brilhando e o balão em segurança no seu pequeno, mas aconchegante abraço.
Ia caminhando e refletindo naquela cena. Imaginei-me em seu lugar: o conforto de um carrinho de passeio, a confiança ao ser levado por alguém que me ama e braços incapazes de abraçar algo maior que eu.
Por tantas vezes desejei carregar o mundo em meus braços, aconchega-lo e, num doce acalanto, dizer que ele poderia aspirar a novos ares, pois eu o guiaria. Ilusão! Utopia! Jamais poderei fazer do mundo um lugar melhor, ele nunca poderá aspirar a novos ares no que depender de minhas capacidades!
Fiz uma pausa no passei e parei num playground em meio à sobra de árvores. Via outras crianças correndo enquanto minha sobrinha, que é neurótica por higiene, estava no meu colo por ter nojo de colocar os pés na areia.
Foi então que um morador de rua apareceu e pediu qualquer coisa de comer às mães e avós que estavam no playground. Elas, por sua vez, refutaram o pedido daquele senhor.
Alguns minutos depois apareceu um filhote de cachorro que encantou a todos que estavam lá. A reação daquelas mulheres foi instantânea: elas abriram as mochilas, pegaram bolachas e deram às crianças para que elas alimentassem o cachorrinho.
Fiquei revoltado com aquilo! Levantei-me, coloquei minha sobrinha no carrinho e saí daquela praça. Não tinha levado carteira, mas procurei nos bolsos alguma quantia enquanto entrava em uma padaria. Encontrei R$2,00. Convenci o atendente a me vender dois salgados pelo preço de um e voltei à praça.
Hesitei um pouco ao ver aquele senhor de rua amassando latas de alumínio para vendê-las depois, mas olhei para minha sobrinha e a vi segurando o balão em seus pequeninos braços. Tomei coragem e me sentei ao lado dele.
Entreguei o que seria o almoço daquele homem e não pude resistir às seguintes palavras acompanhadas de olhos marejados: “Mas... Por quê?!”. Eu o abracei enquanto tentava segurar as lágrimas e conversei com ele.
Usei o resto da manhã para falar com o seu Pedro. Não precisei falar sobre pecado, inferno ou qualquer coisa desse tipo, ele já sabia tudo isso. Falei sobre o amor, a graça de Deus e a compaixão que devemos ter. Falei que estava ali por amá-lo como Jesus o amava. Falei que agindo daquela forma eu poderia abraçar o mundo com meus tão pequeninos e incapazes braços...
E sim, eu consegui abraçar o mundo!
12 comentários:
O primeiroo =)
Guii, que atitude linda!
As vezes vemos as coisas e não damos importância, não temos a coragem de parar e ajudar a quem está perto de nós,fico envergonhada, porque em seu lugar talvez não fizesse isso =/
Continuo a Dizer, tu escreve mto bem e com certeza é uma pessoa mto especial pra mim apesar da distância...
Bjos pra ti Guri!Parabéns*--*
A verdadeira Igreja, NÓS!
Continue isso sempre.
Abraço forte
"A Fé sem ações e morta"
Abraços :)
Lindo isso, Gui!
É incrível como o amor de Deus flui na simplicidade! :)
Amei muito. Quem sabe se com esse simples gesto aquele homem deixou que o Espirito Santo tocasse em seu coração p/ que ele se convertesse? Deus é bom d+! Que ele continue te abençoando!
Cara, sensacional. Parabéns!
Atitude louvável e digna de reconhecimento. O quanto for possível, divulgarei seu texto.
No mais, aceite minha admiração.
Abraços. (Ah, adicionei seu blog na minha aba de parceria)
Hellington.
E cuidamos de cão como se fosse gente, e gente como se fosse cão.
Gostei da postagem, amigo. Continue de braços abertos.
chorei.
rs
Lindo Gui!! *-*
Ahh que Lindo neh Guiii!
As vzs não damos importancia as essas coisas tão pequenas... ms são neles que na maioria das vzs vemos claramente o amor de Deus!
Q. Ele continue t usandooo!
Bjo0os Lyneee
Gostei muito deste texto, principalmente por ser uma obra de realidade. :)
E faço das palavras da Tais minhas, "fico envergonhada, porque em seu lugar talvez não fizesse isso =/".
(Provavelmente não o teria feito, MESMO.)
Beijos, meu ex-futuro-marido. <3
Que lindo, Gui!
Saiba que o Pai se agrada ao ver Seus filhos amando aqueles a quem ninguém mais consegue amar.
Em Cristo,
Beta (só pra você eu coloco Beta no final...)
Atitudes como a sua deveriam fazer parte do cotidiano das pessoas... Porém sei que é uma utopia, mas alegra me ver pessoas de coração doce, capaz de um simples e nobre gesto marcar a história de um homem..
PArabéns e que continuee semeando incansavelmente o amor de Deus..
Postar um comentário