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quarta-feira, 13 de maio de 2009

Nunca Quis Te Amar

Já que estamos nesse clima de "love", vou postar uma poesia que eu fiz segunda-feira...


Nunca Quis Te Amar

Não me olhe desse jeito,
Não me condene, que culpa eu tenho?
Nunca quis te amar e jamais vou falar...


Não diga essas palavras,
Não verbalize seu pensamento.
Nunca quis te amar e jamais vou falar...


Não me toque assim,
Não traga sua mão ao meu rosto.
Nunca quis te amar e jamais vou falar...


Não dê importância ao que eu digo,
Não se importe, não de ouvidos.
Nunca quis te amar e jamais vou falar a verdade.


Guilherme Henrique Miranda
São Vicente, 11/5/2009


Perdoem-me a ausência no meu blog e no blog de vocês, mas prometo que logo voltarei ao normal.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Amor

Aquele post sobre a compaixão deu certo, então eu vou falar sobre outro sentimento humano, o amor.

O amor não começa e termina do modo que pensamos. O amor é uma batalha, o amor é uma guerra; o amor é crescimento contínuo. (James Baldwin)

Durante anos, décadas, séculos e milênios o homem fala sobre o amor. Poetas, filósofos, psicólogos e até mesmo leigos tentam descrever o que é o amor. Será que alguém já conseguiu fazer isso?

Camões disse:

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Soneto XI - Luis Vaz de Camões)


Para Platão, o amor liberta o ser humano e o leva à verdade.

Para Plotino, o amor purifica e eleva o ser humano.

Para Santo Agostinho, o amor é o nexo que une as Pessoas divinas.

Para Tomás de Aquino, o amor constitui a essência central da própria vida de Deus.

Para Rousseau, o amor é filho da natureza e da liberdade.


Uma definição que me agrada muito é a de Mário Quitana: Tão bom morrer de amor... E continuar vivendo!


Se quiserem uma definição mais próxima da realidade, vamos a um exemplo musical:

Eu nunca disse que te amo, mas meus olhos sempre me traem. (Zezé de Camargo e Luciano)




Enfim, temos algumas definições e frases sobre o amor. O que eu quero mostrar com isso tudo? Simples: muito se fala e pouco se vive.

Quer amar? Ame, não se preocupe com definições ou com aquilo que dizem que é o amor. Eu poderia passar horas falando o que o amor é para mim, mas do que valeria isso? Nada. Amor é amor; É indescritível, inquestionável, inconfundível, inevitável, indestrutível...

Mas se querem mesmo uma definição minha para o amor, aí vai:

AMAR É MORRER. Morrer de saudades, morrer de ciúmes, morrer de vontades, morrer por tanto amar e querer expressar... E como diria Mário Quintana, morrer e continuar vivendo.

Se eu amo? Amo morrer diariamente, a todo instante e constantemente. Se me sinto bem por isso? Melhor impossível. Se me torno bobo por amar? Eu nunca vi alguém muito feliz sem parecer abestalhado.


Ah! É tão bom viver quando o vivemos para amar...

Anjos: Briga de Casal - Terra Dos Palhaços

Dispensa qualquer comentário. Ri muito com esse vídeo...

Ahhh... Sem falar que o som é sensacional!




quarta-feira, 6 de maio de 2009

A Compaixão

Tenho a ótima mania de buscar raízes etimológicas das palavras que usamos freqüentemente mas que nunca paramos para entender o que realmente querem dizer. Uma palavra que me chama muito a atenção, é compaixão. A palavra compaixão aparece em algumas línguas antigas. São elas: Francês antigo (compassion), latim antigo (compassionem) e grego (compati). Porém, sua grande raiz é a língua grega.

Paixão vem da palavra grega patia (doença; que traz dor; que faz sofrer). Compaixão nada mais é que a expressão do que se sente. Se eu tenho compaixão de alguém, a dor a qual a pessoa está sentindo é a mesma que eu estou sentindo. Se me compadeço com a situação do mundo, o que afeta o mundo está me afetando; se me compadeço com a situação das crianças abandonadas na rua, o que traz dor a elas dói em mim também; se me compadeço de um cachorro que está passando fome, a fome que ele sente também é refletida em mim.

Diante disso tudo eu pergunto: quantas vezes sentimos compaixão de algo ou alguém? É tão mais fácil sentirmos remorso, tristeza, pena ou qualquer outra coisa que não nos comprometa tão grandemente. Para que sentir a dor dos outros se ele é uma pessoa e eu sou outra? Simples: "Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram" (Romanos 12:15). O que Paulo quis dizer nesse versículo não é apenas que devemos nos importar com o que os outros estão passando, mas devemos também sentir o que eles sentem. A vida cristã não é fácil e todos sabem disso, mas o que nos torna diferentes é a união que temos, o sorrir em unidade, se alegrar em comunhão, chorar juntos e etc.

A compaixão nos conduz ao perdão. Um grande exemplo disso é narrado no livro Falsos, Metidos E Impostores (Brennan Manning). Após ler esse texto muitas práticas de minha vida tiveram de ser revistas. Todos meus pré-conceitos tiveram de ser deixados de lado.

A compreensão mobiliza a compaixão que nos possibilita perdoar. Stephen Covey recorda um incidente no metrô de Nova York numa manhã de domingo. Os poucos passageiros no vagão estavam lendo jornal ou cochilando. Covey estava envolvido numa leitura, quando certo homem embarcou com algumas crianças, que deram início à bagunça. A criançada corria de um lado para o outro do vagão, gritando e lutando umas com as outras. O pai não mexia um dedo para coibir aquilo.

Passageiros mais idosos mudavam de lugar, visivelmente irritados. Covey esperava com paciência que o pai restaurasse a ordem com uma bronca leve, uma palavra de ordem, qualquer expressão de autoridade paterna - mas nada. A tensão toda se transformava em frustração. Por fim, Covey voltou-se para o pai e disse educadamente:

-Talvez o senhor possa restaurar a ordem aqui, se disser aos seus filhos que voltem e sentem.

-Eu sei que eu deveria fazer alguma coisa - respondeu o homem. Estamos vindo do hospital. A mãe deles morreu faz uma hora. Eu simplesmente não sei o que fazer.

Exatamente quando eu acho que sei, descubro que não sei.

Dificilmente a realidade é aquilo que nos parece mais óbvio.

O que eu não sei é quase sempre mais importante que aquilo que sei.
Quando sabemos onde está a dor do nosso inimigo, a compaixão conduz ao perdão.
(MANNING, Brennan. Falsos, Metidos e Impostores)



Muitas vezes temos de sofrer algo impactante em nossas vidas para que elas sejam mudadas, porém esse é o caminho errado. Temos de acertar o que somos, isso é certo, mas não podemos esperar algo acontecer para mudar. Platão dizia: "Não espere por uma crise para descobrir o que é importante na sua vida". Gandhi dizia: "Você tem que ser o espelho da mudança que está propondo". Charles Dubois dizia: "O importante é termos a capacidade de sacrificar aquilo que somos para sermos o que temos de ser". Eu digo: "Ser ser sem ser ser não é, certamente, ser".

A volta do meu blog - parte III

Incentivado por algumas pessoas, resolvi trazer à vida novamente esse blog, que na verdade nunca morreu, apenas mudou de nome. Atendendo o pedido da Camila (http://confabulodeideias.blogspot.com), resolvi postar uma poesia antiguinha que tem um tom nostálgico e, é lógico, byroniano.


Memórias De uma Vida

Mais uma vez a cena se repete,
Estou em meio a escombros,
Escombros de minhas memórias,
Escombros de uma vida.

A luz parecia compreender-me,
Estou em meio à escuridão...
Escuridão que é minha alegria,
Escuridão que é a solidão.

Olho pela janela e vejo a chuva cair,
Estou em meio a lagrimas,
O céu compreendendo-me, me impede de sair.

Estou só em meio a pensamentos,
Estou só em meio a memórias,
Que transformo em poesia, nesse momento.


Guilherme Henrique Miranda
São Vicente, 27/10/2006