Sábado, dia 19/9/2009, estava eu andando na rua por volta de 19h40. Como já é de costume, eu estava distraído, ouvindo música no volume máximo que o celular permite. Mesmo distraído eu consigo ficar atento ao mundo ao meu redor - sim, eu sei que isso parece um tanto paradoxal -, sendo assim, parei no semáforo e olhei uma cena intrigante. Narrarei o fato a seguir:
O semáforo era de três tempos, ou seja, uma mão está verde e as outras duas vermelha. À minha direita vinha um ciclista, que olhou para a direção da mão livre ao tráfego e passou o sinal vermelho. Na perpendicular, vinha um motociclista, que olhou para a mão livre ao tráfego e passou o sinal vermelho. O encontro entre a moto e a bicicleta era inevitável, eu não poderia fazer nada, apenas parei e assisti a cena de camarote. Não, essa não é a cena "intrigante" de que falei no parágrafo anterior, ela se deu logo após esse acidente.
A batida foi leve, não houve ferimentos, mortes ou sangue, como alguns estavam esperando. O que eu realmente quero trazer a vocês, leitores, é o diálogo entre o ciclista e o motociclista:
- Pow, cara! Como tu atravessa o vermelho daquele jeito?
- Eu olhei, véio! Eu olhei e não tinha nada vindo! Tu que atravessou o sinal!
- Sem essa! O semáforo ia abrir pra mim em seguida, brother!
- E o semáforo tinha acabado de fechar pra mim, cara! Tu tá chapado?
- Tu bate em mim e eu tô chapado?
- Caracas... Tu que se enfiou na minha frente, véio!
- Eu? Já disse: o semáforo ia abrir pra mim quando a outra mão fechasse!
- Eu também já disse, cara! O semáforo tinha acabado de fechar pra mim!
Acho que vocês perceberam que eu alterei um pouco o diálogo, tirando os termos perjorativos que ambos usaram, né? Enfim... O diálogo continuou, mas eu não fiquei para ouvir... Segui o meu caminho rindo e dizendo para mim mesmo:
- É, ser humano... Como podes ser tão idiota? Por nunca estar certo, debates para ver quem é o menos errado...
Guilherme Henrique Miranda
São Vicente, 28/9/2009